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terça-feira, 7 de setembro de 2010

QUE BRADO É ESSE, LIBERDADE?

Com o advento das culturas do indivíduo, o Eu em primeiro lugar, todo brado retumbante, hoje em dia, se resume ao extrato da conta bancária. O ideal filosófico da atualidade é a sustentabilidade. Mas não por uma corrente filosófica, e sim pela pura necessidade de sobrevivência.

Por liberdade, o indivíduo só compreende o contexto de suas necessidades diárias, imputadas pelos desígnios do mercado global. A alma em sua verdadeira essência foi renegada ao aqui, e agora, como única posse verdadeira.

Causas e efeitos em cheque: Quem somos nós? Transeuntes de um caminho que nos pertence, ou meros exploradores de um universo paralelo? Se assim somos, qual o projeto humano? O Eu enquanto agente social é único, porém coletivo. É eterno, porém perecível.

Convém refletir em um Dia da Independência.


Angelus Novus de Paul Klee

9º Tese Sobre o Conceito da História por Walter Benjamin

Há um quadro de Paul Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas.

O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés.

Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos progresso.

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