quarta-feira, 23 de julho de 2025
PARÁBOLAS MODERNAS


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
VIOLÃO E CACHORRO
Breve análise da música Meu violão e o nosso cachorro - Simone e Simara (As Coleguinhas)
Pode ficar aqui sou eu quem vou partir (já está resolvida)
O que a gente construiu não é preciso dividir (decidiu à base da emoção)
Fizemos tantos planos compramos tantas coisas (planejou com antecedência)
Mas o amor é longe disso (apesar de ter consciência que não é só planejar)
Precisamos de um tempo em relação a nós dois (grau de indecisão acentuado)
Depois decidimos o final espero que seja um final feliz (dubiedade no perfil maduro do começo da história)
Se o nosso amor se acabar eu de você não quero nada (dúvidas quanto ao primeiro ato, o de partir)
Pode ficar com a casa inteira e o nosso carro (dúvidas quanto ao segundo ato, o das conquistas) Por você eu vivo e morro (certeza e atentado contra a própria Conservação)
Mas dessa casa eu só vou levar (após condição duvidosa do primeiro ato)
Meu violão e o nosso cachorro (negação do que construiu junto e apropriação indébita)
Se amanhã a gente se acertar tudo bem (indecisão no que está decidindo)
Mas se a gente não voltar posso beber posso chorar (condição expeculativa condicionando motivo para beber)
E até ficar no choro (lei de inércia)
Mas dessa casa eu só vou levar (lavra em cartório público suas intenções)
Meu violão e o nosso cachorro (bens de valor emocional)
Composição: Simaria Mendes / Nirvado Paz


domingo, 11 de agosto de 2013
SETE MOTIVOS PARA NÃO BEBER EM CASA
SETE MOTIVOS PARA NÃO BEBER EM CASA
1º Motivo – A Esposa
Beber em casa não tem graça por causa da esposa. Imagine chamar um grupo de amigos do trabalho para tomar “umas” em sua casa. Você vai poder falar de todo mundo, menos daquela secretária gostosona que todos secam. Justamente aquela que fica te dando bola, mesmo sabendo que você é casado.
Com os amigos da faculdade, nem pensar. Todos iriam relembrar o episódio em que você perdeu a aposta em que teve de transar com a mulher mais bagaço da turma. Tua mulher vai se sentir ofendida por comparação. Vão relembrar as cachaças tomadas nos piores ambientes possíveis. Ah! E aquele vídeo em que você dançou na boquinha da garrafa com a sunga enfiada e o dedinho na boca?! Melhor esquecer, né?!
Com os amigos do bairro em que você cresceu é pior! Tua esposa vai fazer os melhores petiscos para que todos fiquem babando; e só assim Ela, imponente, gloriosa, poderosa vai poder chantageá-los para saber de seu passado negro. Seus amigos, lógico, vão virar a casaca. O motivo ali não é mais você e sim o próximo quitute. Passarão até a inventar situações, ou terão de citar umas passadas com outros caras, só para te sacanear.
Nestas ocasiões tua esposa se comporta um pouco como tua Mãe. Agrada a todos, sorri com tudo e cozinha mais um pouco. Só que esse tipo de mãe se tu der bobeira vem um lá, querendo comê-la.
Ah! E nem pense na hipótese de convidar os amigos da sua esposa. Beber com esses é, definitivamente, um saco.
2º Motivo – A Geladeira
Beber em casa, também, não tem graça por causa da geladeira (concreto). Não gela como a do bar de Seu Agnaldo. Aquela sim! Freezer. É assim que a chamam. E as modernas possuem um dispositivo eletrônico que mede as baixas temperaturas em seu interior; de uma forma quase hipnótica: – quanto mais baixa a temperatura, mais sede você tem.
A geladeira (abstrato) é algo pessoal. É, e deverá ser, cultuada. Não porque reúne em si os símbolos da sociedade de consumo. Mas, porque é antes de tudo a primeira conquista do nosso trabalho. É uma massagem para o ego, – e para o estômago –, sair com o carrinho cheio de um supermercado.
Geladeira de casa só gela bem, água. E quando você insiste e convida uns amigos escolhidos a dedo, – e não sei que diabos tem que justamente são esses os que se metem a cozinhar – lá pelas tantas os encontramos investigando o conteúdo dela – a geladeira (concreto e abstrato).
E num domingo qualquer, vem um desses e invade suas fronteiras, arrancando-lhe os frutos, principalmente os do mar. Ninguém merece!
3º Motivo – O Tira-Gosto
Tira-Gosto de casa não é a mesma coisa. Não tem graça. Não tem o toque da Gracinha, filha de Seu Agnaldo. Talvez o melhor ingrediente daqueles tira-gostos seja aquele visual que dá a Gracinha.
Assim como o amendoim cozido em casa, não tem o mesmo sabor daqueles que ficam o dia inteiro na rua, dentro do saquinho plástico. Até porque um pouco do gosto se dá pela barganha feita para adquirí-los. Afinal, todo mundo sabe que aquele amendoim é suspeito e já levou muita gente a ser internada. Mas, o danado é bom!
Quem se acostumou a comer camarão na beira da praia nunca vai valorizar outro camarão mais incrementado. E olhe que a porção de 5 reais é paga sem cerimônias. E só é acompanhada de algumas gotas de azeite e ¼ de limão.
A comida está relacionada ao ambiente. Não tenho dúvidas. E não que o ambiente da sua casa seja ruim. Não é isso. É apenas limpo demais. Panelas limpas, copos limpos, pratos limpos, facas brilhantes e garfos de dentes retos. Tudo lavado com os melhores detergentes e lavadoras.
Não que Gracinha seja suja. Muito pelo contrário. Nunca se viu cozinheira de primeira sem cheirar a gordura, como esta. De mãos tão delicadas. Definitivamente é o ambiente.
4º Motivo – O Banheiro
Banheiro de casa depois de tomar umas com os amigos é quase motivo para separação. Não adianta se tem mais de um banheiro na casa. Mas, quando se mora em apartamento com apenas um, é o fim da picada.
Talvez seja este o local que mais se assemelhe ao bar. A não ser pela cordinha. Cordinha de caixa de descarga de bar é a coisa mais podre que existe. Chega a ser encardida. É ali o poço das bactérias mais infecciosas. Mas nem por isso se deve deixar de dar descarga. Dá para se usar um guardanapo previamente levado para esse fim. Nunca se sabe se o papel higiênico vai estar no local, não é?
No banheiro do bar também se faz necessário usar “a isca” nos casos emergenciais, como a dor-de-barriga. A técnica da isca consiste no simples ato de pegar o papel higiênico ou guardanapo e depositá-lo ao fundo do vaso, para no momento em que, sentado, liberar o peso interior, o líquido que lá se encontra não venha respingar de encontro ao ponto de origem do que foi liberado.
Justamente quando você mais precisa a empregada tá de folga; e os caras respingando mijo no banheiro. Chega uma hora em que vira zona. Ninguém aguenta mais. Tem gente que volta até perfumado do banheiro. Rosto lavado, cabelos molhados...
Aprendi outro dia que é no banheiro que você descobre que está bêbado. Ou ao menos admite por força das circunstâncias. E é verdade mesmo. Basta se dar conta de como você reage dentro do banheiro depois que já encheu a lata: movimentos longos, num ambiente apertado, com tudo rodando para todos os lados ao mesmo tempo. Só não permita que seus amigos descubram que estão bêbados em seu banheiro, pode ser tarde demais.
O banheiro do bar de Seu Agnaldo, tenha certeza, é melhor.
5º Motivo – A TV
O único objeto pelo qual você poderia expressar o seu poder tirânico interativo semanal seria o controle-remoto. Mas, se a farra é no domingo, este é o único objeto que sempre se encontra nas mãos do cara mais chato da turma, que insiste em assistir reprise de futebol. Muitas vezes ele pode ser seu chefe, e por isso talvez até ele controle o som também.
Sabe-se que sua esposa já não gosta de futebol. Tudo a estas alturas já é motivo pra uma conversinha mais agressiva pelos cantos da casa. Afinal, a vassoura atrás da porta não está fazendo efeito algum.
A TV, instrumento de hipnotização social, arma do capitalismo para exercer o império sobre nossos sentidos, amortizando nossas revoltas e controlando nossas opiniões... é agora controlada por um fanático torcedor de time derrotado. Quando alguém consegue convencê-lo a trocar a TV pelo som, só se ouve a música que ele quer, afinal o controle é dele. Quer dizer, o controle-remoto é seu. Ou melhor, é da TV. Ih! Logo o controle é dos nefastos capitalistas. Mas, com esses não é bom beber em lugar algum.
A TV do bar de Seu Agnaldo até que é menor, não tem controle-remoto e possui só uma cor, a saber, a verde. Mas ninguém reclama. Ninguém muda de canal. E todos a olham encantados pela mesma magia.
6º Motivo – A Conta
Beber em casa não tem graça mesmo porque a conta nunca é rachada. Conta da água, da luz, a reposição dos pratinhos e dos copos quebrados. A feira que voou em minutos. E quando acaba a bebida então, nem me fale! Tem sempre um espertinho que mete um cheque cruzado na carteira para dizer que não está no "liseu", mesmo sabendo que não vão aceitar aquele cheque de terceiros onde quer que seja. O mesmo cara que se mete a fazer a vaquinha.
Para que servem os amigos, então? Em grupo é melhor para beber, e em casa de besta é melhor para não pagar a conta. Se o mundo é dos mais espertos, vamos logo acabar com um desses.
A conta do bar muitas vezes entra no “pindura“. Não há descrição nas técnicas de contabilidade para esta prática. Mas, para a conta de casa não existe esse recurso. O que há mesmo é a esperança de que alguém abra as portas e faça uma farrinha destas em sua casa para, aí sim, ter o troco.
Mas, enquanto isso não acontece, há os que arrecadam a grana para comprar mais bebida e recorrem ao bar de Seu Agnaldo. Lá compram no “pindura” e embolsam a grana arrecadada. Como demora a aparecer um anfitrião para uma boa farra, todos recorrem ao bar de Seu Agnaldo, todo domingo. Este por sua vez possui uma técnica própria de fazer incorporar um “pindura” em outro. Livrando assim a cara do anfitrião sofredor.
7º Motivo – A Próxima
Depois de contarem teus podres para a tua esposa. Depois de vasculharem tua geladeira. Depois de detonarem tua feira para tentar fazer aquela mão-de-vaca do bar. Depois de mijarem teu banheiro todo, na menor das hipóteses. Depois de você perder o dia todo assistindo a reprise dos piores jogos da temporada. E, por fim, depois de tu bancar toda a conta da farra, ainda queres mais motivos para não beber em casa? Fala sério!


terça-feira, 9 de outubro de 2012
CAMINHANDO E SEMEANDO
Cora Coralina


quinta-feira, 30 de agosto de 2012
AMOR PURO
Eu teria mesmo dias de paz
se não fosse o amor.
E esse amor sem sentimentos,
- puro e livre das cegueiras da paixão -,
esse me arde a alma.


sexta-feira, 9 de março de 2012
SIGNOS E SIGNIFICADOS
A imagem do ancião segurando uma lanterna, tatuada em meu braço, representa para mim um farol para orientar os navegadores desavisados, que eventualmente estejam perdidos buscando uma terra firme para passar a travessia. Já comentei isso aqui, algumas vezes, prometendo, em outras, a explicação para tatuar uma carta do tarot ao invés da referida torre com facho de luz.
A construção da ideia foi ao longo dos anos sendo elaborada até ser concluída na referida tatuagem que desde o início está vinculada a minha entrada ao mundo da tecnologia, e consequentemente da Internet.
TECNOLOGIA
Confesso que a ilustração que se segue foi copiada da ideia inicial do GuideBook Gallery, e que serve a calhar sobre o que quero por partes representar em uma imagem com seus signos e significados:
Netscape Navigator 2.0
Netscape Navigator 2.02, Macintosh edition
Netscape Navigator 3.02, Macintosh edition
Netscape Navigator 4.03
Netscape Communicator 4.04, standard edition
Netscape Communicator 4.04, professional edition
Netscape Communicator 4.5
Netscape Communicator 4.7
Netscape Communicator 4.7, Macintosh edition
O restante do estudo você pode visualizar no GuideBook Gallery.
Ainda na versão 2.0 foi que aprendi o quanto que NAVEGAR É PRECISO. Por sua vez, AOL formalmente parou o desenvolvimento do Netscape Navigator em 28 de dezembro de 2007, mas continuou a apoiar o navegador web com atualizações de segurança até primeiro de março de 2008, quando a AOL cancelou suporte técnico. A AOL permite o download de versões arquivadas da família do navegador web Netscape Navigator. Além disso, mantém o site AOL Netscape como um portal Internet.
MISTÉRIO
Ainda quando morando em Olinda tive a ideia de tatuar um farol. Inspirado pela paixão àquela cidade, porém, um farol ainda seria pouco para ilustrar todo o alcance da imagem tatuada como o modelo abaixo:
Os signos e significados da imagem indicam que o Eremita ou Ermitão, é o nono Arcano maior do Tarot. É uma carta que simboliza o isolamento, restrição, afastamento. O eremita isola-se para descobrir o conhecimento que o rodeia, na natureza, por exemplo, e também para se autoconhecer. O aspecto fundamental é que necessita de cortar os laços (temporariamente ou não) com a sociedade que o rodeia. A carta tem o número IX e a letra hebraica TET.
■ Fidelidade a si mesmo e sabedoria.
Um homem barbado, recurvado, de idade avançada, segura em sua mão direita uma lanterna parcialmente coberta por uma capa, onde representa o conhecimento da ciência oculta. Ele se apoia no bordão (bastão) da prudência, que o acompanha em sua busca.
O Ermitão mantém a lanterna bem perto dos olhos para se orientar melhor, mostrando a luz da inteligência e da sabedoria, (esta lamparina também significa a luz da verdade). Significa também que a luz atinge o passado, o presente e o futuro. O tom escuro de seu manto simboliza a austeridade.
Ele segue sua viagem através do tempo como um solitário, tendo como único consolo a sabedoria, que as vezes, é um penoso fardo para ele. Este arcano se refere à acumulação de conhecimentos e está disposto a ouvir e ajudar os que o procuram. Representa o valor do conhecimento adquirido à custa de trabalho ininterrupto, que apenas mentes privilegiadas conseguem desenvolver.
Numa consulta, o Ermitão pode ser uma referência a algo que estava perdido, a uma revelação importante ao consulente. A luz do ermitão o envolve e o inclina à pesquisa paciente, aos estudos, ou faz com que o consulente se sinta incentivado a retornar um projeto abandonado há muito tempo.
Mas a carta não oferece nenhuma esperança de realização, de progresso. Sua influência é neutra, recomenda paciência e dedicação ao consulente e aconselha-o a observar o seu caminho antes de cada novo passo. Significa portanto, espírito de sacrifício, prudência, discrição, recuo, vigilância.
CARTAS NA MESA
Navegar é preciso. Viver não é preciso. Portanto, ler e reler esse post não garante a definição dos signos e significados dessa tatuagem. Porque é certo que cada pessoa é sua própria carta, que quando jogadas são o oráculo de um novo futuro.
Então sigamos, Caminhando...
Imagem inserida em 25/04/2013 as 18:50

Imagem inserida em 07/01/2015 as 00:13



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
EU QUERO É SER ENGANADO
É o mesmo que tentar dizer que contra fatos não há argumentos, numa circunstância qualquer em que se faz necessário argumentar contra os fatos e, principalmente, quando não se têm argumentos. Até porque argumentar – nesse caso – é raciocinar de uma forma a opor sua lógica a uma lógica anterior, que foi proposta pelo adversário. Isso se torna complicado quando o adversário é do sexo feminino, jogando no contra-ataque, em número superior a sua defesa, e ganhando de goleada. É o quadro perfeito que descreve, por fim, as desculpas dadas a sua companheira.
Tem uma história que ilustra bem a situação: um fazendeiro foi ordenhar uma vaca. E como é do procedimento na ordenha, puxou o rabo da vaca pro lado e o amarrou junto aos pés da vaca para não vir a levar chicotadas, nem coices, enquanto a ordenhasse. Nesse momento o fazendeiro sentiu uma vontade descontrolada de fazer xixi, e bruscamente baixou as calças ficando por detrás da vaca. Aquela sensação agradável o deixou amolecido e com os olhos virados. Foi quando sua esposa chegou e o viu naquela posição, segurando a traseira da vaca, as calças abaixadas e com o “bráulio” na mão. O que dizer?
Como eu dizia, o que não é verdade nem sempre é mentira. Acho mesmo que existe um estado de coisas que habita entre a verdade e a mentira e, tanto não deve ser descartado como também não deve ser levado tão a sério assim; é quando nos tornamos um pouco escravos desse tipo de coisa. De um tipo de mentira útil. Algumas mentiras descabidas se tornaram tão úteis que fazem melhor o papel da verdade do que a própria verdade, nua e crua – é o exemplo das calças jeans, que torneiam, dão forma e embelezam.
Assim, também, é com o término de um relacionamento, ou com a explicação do motivo pelo qual você foi demitido do seu último emprego, ou ainda quando alguém com quem você dormiu – e você detestou – te liga na manhã seguinte. Esse estado de coisas desenvolve uma habilidade que nos mantém vivos num ambiente adverso.
Encare, por exemplo, sua mulher ao dizer a ela que você foi demitido. Isso porque houve uma contenção de despesas na empresa, onde você foi o escolhido pelo simples fato de ser o seu salário o menor, e com isto cobririam as despesas com o cafezinho. Ah! Isso nunca! O que dizer?
Claro, dizer que você sempre teve amigos mascarados naquela empresa, que não podiam esperar mais para te ver pelas costas, e aquele foi o momento certo que eles acharam. E como havia uma necessidade de cortar a cabeça de alguém, escolheram a sua numa reunião num bar fora do expediente, e como você nunca vai ao bar com os supostos amigos do trabalho... Não deixa de ser uma verdade o fato de você ganhar pouco, mas o que seria a mais suportável? A mentira. Lógico!
O Jornal, por exemplo, nos enche de mentiras todos os dias e nós fingimos acreditar tão bem, que somos capazes de comentar suas notícias em qualquer lugar, como co-autores da mesma, principalmente se as contarmos a alguém que não viu o noticiário. Aí sim! Baixa o espírito do jornalista no caboclo, e você vira o pior fofoqueiro da praça; com as devidas justificativas.
Veja-se, por exemplo, a situação em que se encontrava um, agora, ex-presidente dos Estados Unidos. Mentiu, usou a Imprensa como sua aliada para divulgar o que ele acreditava ser uma verdade absoluta e passou a administrar as consequências de suas decisões e farsas, distribuindo bandeiras americanas sobre os caixões dos soldados mortos durante a ocupação pós-guerra, chegando a afirmar, certa vez, que dois helicópteros do exército se chocaram em pleno ar. Nem no Brasil, que acontece de tudo.
Pergunto quanto custa divulgar a verdade e a paz? Parece-me que custa mais caro que divulgar a mentira e a guerra. Porque, primeiro, seria necessário desarmar a população mundial de suas convicções, adquiridas através da informação e das experiências cumulativas que, muitas vezes negativas, são produto de uma cultura alienígena que habita entre nós. Ou você acha que todas aquelas coisas inadmissíveis sejam produto da criação humana?
E nós, nós vivemos num país onde habitam 105 milhões de não pobres e 15 milhões de ricos, embora, é verdade, existam 50 milhões de pessoas vivendo entre a pobreza e a miséria absoluta. Contando com o número de desempregados que cresce a cada dia e as obsoletas, ou seriam inoperantes, leis brasileiras, temos, então, o crescimento descontrolado da violência que assola os grandes centros urbanos.
Os números, em si, não são nem otimistas, nem pessimistas. Números são neutros. Aqueles que o utilizam é que modificam o que possam vir a informar. Como, por exemplo, o copo com água pela metade. Dependendo do interessado o copo vai estar “meio cheio” ou “meio vazio”, embora a metade seja um número exato. Não se engane, existem sim, meias verdades e mentiras completas.
A verdade exige exatidão. Enquanto que a mentira não exige nada. A mentira, dizem, é uma expressão contrária ao que se sabe. Encarar a realidade, como se sabe, dói. Mas humanidade é isso mesmo. É não vivermos com a exatidão da máquina, porém não deixando de nos expressar contrariando a tudo o que sabemos. A verdade tem de ser útil e geralmente atender a todos. A mentira, em si, atende apenas ao gesto egoísta. E existem diversos egoísmos como os individuais e os coletivos, o de pátria, o de classe, o de família, o de profissão.
Meu amigo, eu quero é ser enganado. Porque a realidade dói.


terça-feira, 31 de janeiro de 2012
LOVELEAKS II
Ah! os seus cabelos...
Curtoslongossujosmolhadoscoloridosnaturaisembaraçadoslisosesvoaçadossejalacomoforesevocênãotiverpudor.
Não sei ao certo no que isso implicaria na história de nossas vidas, complexas e tão completas, assim como elas são. Mas me bate um desejo, um verdadeiro tesão, imaginar ter seus cabelos escorrendo pelos dedos fortes e seguros da minha mão.
Só preciso de um pente, uma escova e algum tempo de dedicação, em um lugar calmo.
Para enfiar com leveza os meus dedos entre os fios de seus cabelos, que subindo pela nuca e alcançando durante uma leve massagem o topo da sua cabeça, se deixa retornar pelo mesmo caminho até ficar livre, soltinho.
Bom, eu prefiro fazer tudo isso ouvindo Chet Baker e tomando um bom vinho. Mas pode ser numa praça no meio do Caminho.
Pentear repetidas vezes seus cabelos com um pente e uma escova, até que você se entregue...
e se deixe dormir.
P.S.: o texto foi escrito propositalmente "tudo junto".


domingo, 22 de maio de 2011
TRANSLÚDICO
Como em dias sem cor podem ter tantas formas diferentes que nem se a gente pensasse poderia de forma clara, em pensamentos, conceber?
Há cor dizem alguns, sem saberem que cinza não é cor. É a falta de opção da luz do sol que transpassou, não sem ser afetada, sem ter ao menos sido filtrada pelo líquido estado gasoso de nossas emoções.


quinta-feira, 7 de abril de 2011
OI LÔRO

Ela era ainda uma menininha lá no Maranhão. E sua família costumava e ir a um sítio próximo onde parentes seus moravam. Sempre que lá iam, se dirigiam ao papagaio como todos faziam: Oi lôro! Ao que aquela ave respondia de pronto: Oi lôro!
Mas com ela nunca funcionava. Ela sempre o saudava: Oi lôro! E ele ficava com aquele peculiar movimento com os olhos que todo papagaio faz. E não a respondia. Lógico, escorpiana que é, precisando de atenção, logo surgia a raiva do papagaio.
Um dia resolveu não falar com o "lôro". Entrou na casa e nem olhou para ele. Ele por sua vez ficou de lá, nervorso, olhava com um lado da cabeça, virava o outro e ela nem atenção lhe deu. Ele deveria ser escorpiano também, e precisava de atenção e logo tratou de saudá-la:
- Oi lôro!
E ela rindo pode dizer: oiiii lôro!
Todo mundo caiu na risada.


sábado, 2 de abril de 2011
AGORA É A HORA
Rainer Maria Rilke (1875-1926)

Quem agora chora em algum lugar do mundo,
Sem razão chora no mundo,
Chora por mim.
Quem agora ri em algum lugar na noite,
Sem razão ri dentro da noite,
Ri-se de mim.
Quem agora caminha em algum lugar no mundo,
Sem razão caminha no mundo,
Vem a mim.
Quem agora morre em algum lugar no mundo,
Sem razão morre no mundo,
Olha para mim.
(Tradução: Paulo Plínio Abreu)


sábado, 19 de março de 2011
SIGNOS DO PODER


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
SOBRE A CORAGEM
Quem disse isso foi meu terapeuta. Eu nem sei bem como tudo começou, mas quando fui entrando em um assunto qualquer, ele, por sua vez, me surgiu com essa conversa toda de auto-estima, de reação contra os estigmas sociais que nos impedem a condição de plenitude nesta existência. Que só a dor nos liberta. Que só trabalhando doze horas por dia, matando um leão a cada minuto, é que se consegue dignificar nossas conquistas enquanto agente social e formador de opinião, enfim, – uma existência livre pela própria superação da natureza humana, primitiva. Sabe quem consegue alcançar este estágio? Aquele que tem coragem. E coragem mesmo quem tem é juiz de futebol de várzea, concluiu ele.
Eu saí dali naquele dia mais atordoado do que quando entrei. Não é todo dia que estou disposto a receber pancadas como aquelas. Mas a dor foi um elemento importante para modificar meus pensamentos a respeito da situação em questão e eu absorvi aquelas palavras num processo análogo a osmose.
Em princípio pensei em uma partida de futebol. Que dura algo em torno de 90 minutos. Não que o futebol de várzea dure tanto quanto o profissional. Mas daí a citar doze horas, era um exagero. Passei a semana toda com isso na cabeça.
Quando chegou o dia de voltar ao consultório do meu terapeuta, me esforcei em lembrar o que ele havia dito sobre juízes de futebol. Bolei alguns comentários sobre a questão, mas ao adentrar o recinto, notei sua expressão facial um pouco mais carregada que a de costume. E o seguinte diálogo transcorreu:
- Tá triste doutor Fernando?
- Não.
- Aconteceu algo?
- Não.
- Quer falar alguma coisa antes? Foi por causa dos juízes do outro dia?
- Ex-esposa é como ex-síndico, só é feliz quando vê você se lascando. Desculpe-me a expressão.
- O senhor é síndico doutor Fernando?
- Sou.
- Problemas com a ex-esposa também?
- Muitos, meu filho. Nem queira imaginar.
- E os juízes?
- São favoráveis a ela. Sabe como é a justiça.
- Não eram juízes de futebol?
- Ahn?!
- O senhor não falou outro dia em juízes de futebol?
- Ah! Mas isso era outra coisa.
- E que coisa é homem, pelo amor de deus. Passei uma semana inteira tentando decifrar o que o senhor falou e não obtive êxito algum.
- É simples. Já parou para pensar que em uma partida de futebol de várzea não tem policiamento?
- Não.
- Pois é. E na final de campeonato quando a decisão está por um gol apenas? Já imaginou? Numa partida de futebol de várzea tem de tudo meu filho. Tem torcida organizada, tem troféu e tem dois times querendo vencer a todo custo. Isso é o mais amedrontador. Imagina se algo sair errado, a quem recorrer?
- E por acaso o senhor é juiz de futebol de várzea para estar tão empático a esta questão?
- O pior é que sou sim. E tem uma final neste sábado.
- Valha-me!
- Faço isso para ganhar uns trocados nos finais de semana, sabe. Minha ex-esposa casou-se com o ex-síndico do meu prédio...
Não esperei nem ele terminar.
- Olha doutor Fernando, me desculpa a sinceridade, talvez eu não esteja procurando mais problemas, sabe como é essa coisa de transferência. Eu já estava pensando em não pagar mais essa consulta; eu sei que a situação tá difícil pra todo mundo, mas cada qual com seus problemas. Olha valeu pelas dicas sobre a coragem. Agora eu entendi tudo, de verdade. Outro dia ligo para o senhor para saber sobre o jogo. Até breve! Ah! Vou deixar o cheque com sua secretária. Ok?
- Não, por favor, dessa vez não. É ela, entende?
- Ahn?
- A ex, é minha secretária.
- É o fim do mundo mesmo! Entreguei o cheque a ele e fui embora.
Ao sair encarei a secretária pela primeira vez. Tive compaixão do doutor Fernando. Mas pude perceber que a vida é feita de escolhas e de coragem, como a de ser um juiz de futebol de várzea. Às vezes não dá certo. Mas, mesmo assim, são bons os conselhos de meu terapeuta, só se precisa decifrá-los.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
LOVELEAKS I
... "afinal de contas nem sei quem vc é nem o que pensas, mas te adoro assim mesmo".
Não pode ser assim. Um relacionamento firme é feito com um conhecimento prévio dentro do que percebemos das pessoas. Não é possível fingir por tempo indeterminado, nem viver tranquilo se não confiamos (confiança como forma de não ter de se preocupar em vigiar).
Mas "a vigilância é o preço da eterna liberdade". Por isso, de tempos em tempos, é bom rever as diretrizes.
Bom, sabe de uma coisa que pra mim contém uma simbologia muito forte? Um farol. Tanto que pretendo um dia tatuá-lo em algum lugar de meu corpo. Talvez cobrindo minha cicatriz, se não trouxer problemas.
Sempre gostei do farol, porque ele representa o guia para os navegadores incautos. "Navegar é preciso, viver não é preciso", dizia o pórtico na Escola de Sagres, mas sua origem é ainda mais remota: "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu.
Viver não é preciso, não quer dizer que a vida não é necessária e sim que a vida não tem precisão. Ou seja, se aventurar no mar precisa de muita estratégia, cálculo, margem de segurança, planos e metas. Já viver, viver não precisa disso tudo. Tudo isso pode ser simplesmente negligenciado e ainda sim, se vive.
Não se atire ao mar, por se sentir encantada por ele. Seja precisa. Admiro muito mulheres conscientes e inteligentes. Conscientes porque dão passos precisos. Inteligentes porque para mim inteligência é afrodisíaco.
Um farol orienta os navegadores perdidos no mar, indicando-lhes onde há terra firme. E assim podem estes aportar tranquilamente depois da tormenta. Mas um farol não tem luz própria, e fica ali, paradão.
Mas enquanto vamos nos conhecendo... apertando uns laços e afrouxando outros... saibamos que melhor que chegar ao destino... é viajar.
beijos menina!


LOVELEAKS
LoveLeaks é uma denominação dada as cartas de amor que escrevi e nunca mandei, ou que já mandei, e que estarão disponíveis no Blog. Paródia ao WikiLeaks, é óbvio. Mas, sim, a chance de publicar algumas de minhas cartas.
Em uma Cultura dos Afetos, não cabe espaço para sexo ou personalidades. Por isso vou omitir a quem são. Porque, atemporal, todas as cartas de amor são ridículas, diria o poeta.
Lógico que algumas dessas cartas são eletrônicas: e-mails. Mas nem por isso perdem seu teor ridículo. E esse ridículo tem terroir e pedigree.
Também escrevi cartas de amor para mulheres com quem nunca tive o menor contato. Elas foram ao longo dos anos sumindo dos meus pensamentos. Mas isso em nada minimiza o seu valor.
Por vezes fui preciptado e escrevi cartas que intimidaram pelo contexto e de tal forma, que a carga emocional exposta não condizia com o interesse alheio.
Mas saibam que em algumas das cartas há mulheres que amo, e jamais vou querer ser correspondido. Já outras...
Gostaria de dar um nome a essas mulheres, mas não sei qual.
Aceito sugestões.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011
CARTA ABERTA
Nós RVCOs, vimos, através desta, manifestar o repúdio aos celulares com acesso a redes sociais em consultórios odontológicos de todo o Brasil. Desde a invenção do celular temos sido desprezadas e cada vez mais destinadas a reciclagem, quando não somos diretamente queimadas, o que já constitui um crime, ecológico mas, crime, tendo em vista a liberação de dióxido de carbono produzido na incineração de nossas associadas.
Com o casamento do celular com a Internet a coisa piorou drásticamente.
É com pesar que depoimentos como a da associada Revista Caras de Outubro de 2005, que atende num dos consultórios do litoral e, por precaução, prefere não revelar sua exata localização, chegam a nossa sede: "Sofro com o fato de conter tanta informação e não poder dividir isso com mais ninguém, apenas com o ventilador que me abre as páginas, ao vento".
Outra que não quer se identificar no momento é a revista de futebol do Brasileirão de 2006. "É compreensível que... o professor, tenha escolhido o melhor para a equipe e... estou preparado, e... quando, se assim puder, me sinto preparado, né, para dar alegria a essa torcida maravilhosa..."
Solicitamos as autoridades competentes que exponham em ambientes públicos uma restrição ao uso desses aparelhos, com o objetivo de dar ao cliente a chance de escolher entre nossas associadas e esse recurso de contraditória funcionalidade social.
Desde já meus agradecimentos.
Revista Manchete
Presidente da ARVCOB


sábado, 15 de janeiro de 2011
CAÇAR COMO GATO

Já tem uns dias que quero contar essa história mas não sabia se ela ficaria bem quando escrita. Talvez os recursos da oralidade e as expressões manifestem melhor o que realmente aconteceu. Mas para mim, será um grande exercício. E saibam, não quer dizer que escreverei bem ao ponto de dar conta do recado.
Meu pai, sempre repetia em casa que a expressão correta seria: quem não tem cão, caça como gato. Isso mesmo, não é como se diz: quem não tem cão, caça com gato. Primeiro porque levar um gato à caça já seria um trabalho enorme. Porém, o gato caça sozinho e na surdina, para pegar a caça de surpresa. Instinto felino.
Mas um dia desses, quando tive uma folguinha, estava na varanda de minha casa tomando sol, olhando o mar e vendo a praça com um resquício de grama verde. Eram as primeiras horas da manhã, eu despertava para ir a padaria tomar café.
Eu acompanhava com o olhar o vôo dos pombos que aterrisavam na praça a medida em que pessoas que caminhavam, em torno dela, se distanciavam. E assim uns seis ou oito pombos ficaram ali bicando o chão e olhando ao redor, sempre alertas.
Pombos! pensei... pombos em algumas áreas são uma ameaça a saúde pública... E de repente algo me chamou a atenção. Um gato. Um gato amarelo. Um gato amarelo atrás de uma moita. Olhando o movimento dos pombos. Eu ali em cima, olhando tudo. Os pombos, as pessoas, o mar e o gato. Fiquei imóvel quando vi os primeiros passos do gato em direção aos pombos.
O gato andava lentamente. Lembrei-me das leoas quando caçam e antes de partir ao ataque mortal, caminham lentamente... Instinto felino. O gato amarelo. Um leão reduzido ao tamanho de um pombo. Agindo sozinho, lentamente, na surdina.
Ele parava a qualquer parada dos pombos para espiar. Estátua! E lentamente baixava, deitava-se na grama, mas sempre em posição de ataque. Os pombos já estavam espertos. Sabiam que ele estava ali. Mas não paravam de bicar o chão.
O gato resolveu dar uma investida final. Não correu. Ele caminhava lentamente mas agora mais próximo, foi quando todos os pombos olharam para ele, ao mesmo tempo. Dava para sentir o clima tenso daquele momento quando se entreolharam e... o gato olhou para trás. Como se não fosse com ele.
Isso mesmo!!! O gato simplesmente olhou para trás como se estivesse dizendo: Quem vem de trás e quer nos atacar, irmãos?
O gato ficou olhando para trás por uns instantes e depois lentamente virou a cabeça em direção aos pombos. Eles não podiam mais aguentar aquela situação e voaram. O gato amarelo ficou com cara de tacho. Saiu caminhando... lentamente. Instinto selvagem, nanico, e frustrado.
Eu? Ah! eu tô morrendo de rir até hoje quando lembro dessa cena. Precisava ter sido filmada.
O gato caça sozinho... dizia meu pai.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010
CORES DA MODA

Reuniões que não levam a nada, mas geram algum valor agregado, passaram a ter uma leveza nímbica. E me viciei nisso. Cheguei ao cúmulo de encomendar algumas cuecas com tecido de sombrinha com diversos motivos, desde florais e cores de Almodóvar ao simples pretinho básico de guarda-chuvas. Sucesso imediato. Acessei zonas de criatividade em minha mente antes adormecidas.
Vi a elegância de certas executivas desfilarem após saias caírem aos pés e cubrirem seus poderosos saltos. Assim como vi o rubor em suas faces ao verem a excentricidade de minhas cuecas encomendadas e personalizadas.
Arrancar um sorriso não era nada fácil. Mas, agora, roubar-lhes gargalhadas me proporciona um prazer único, egoístico e estoico. O tecido ou a cor atiçam a curiosidade feminina. E mulher curiosa, meu amigo, é mamão com mel.
Mas a excentricidade me rouba a liberdade, em banheiros públicos. Mas é divertido. Uns riem baixinho e nervoso. Outros susurram aquele "rídiculo!" como se eu não o soubesse. Outros me perguntam onde comprei uma dessas.
Mas resumindo é isso mesmo. Moda é aquilo que te cai bem, te eleva o ânimo, mesmo que muitos não compartilhem de suas ideias e valores. E no mundo é assim: alguém sempre tem algo a mais que você, ou algo a menos que você.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010
SOLIDÕES

Quantas são as solidões?
Me pergunto quantas são as solidões que, em nossos caminhos, passam? Quantos são os corações, quantas as ilusões, quantos os perdões para se viver? Duas ou cem? Muito mais, ou além? Não sei.
Como a Thalma de Freitas: "Hoje quero crer que não foi mesmo em vão, escolho solitude à solidão".
Caminhos que escolhi me levarão. E para cada escolha, a outros disse não. E quem disse que decisão não rima com renúncia, não sabe o que é bifurcação.


domingo, 17 de outubro de 2010
A REGRA É CLARA!
O que, supostamente, motiva um brasileiro a ser tratado como um "inimigo" do Facebook nada mais é que uma causa na justiça americana. Foi em 2009, onde a empresa havia reduzido sua participação do Facebook, de 30% para 5% na época. Estou falando de Eduardo Saverin, considerado um dos fundadores do Facebook ao lado de Mark Zuckerberg. Eduardo é 'nascido no Brasil, criado em Miami e formado em Boston', como conta. Zuckerberg por sua vez, chegou a ser a 35ª pessoa mais rica do mundo, recentemente, segundo a Revista Forbes.
Parece que a regra é mesmo clara: Amigos? Amigos! Negócios à parte.
Acho que quem já teve sua experiência desagradável quando dividiu um negócio com um amigo, tornou-se um "inimigo". Ou por escolha, ou por acusação. Um problema que me parece ser o de balança.
Afirmo isso porque o que parece justo não se encaixa em balança alguma que possa equilibrar o trabalho, a dedicação, a criatividade, o empreededorismo em proporção ao dinheiro investido. E quem fará frente ao suposto poder que o dinheiro pode proporcionar para quem dele investe? Principalmente hoje em dia em que se encontra perfeita a ação da estranha e dialética síntese do cristianismo salvacionista neoliberal e fanático, seja de partidos políticos, de grandes corporações ou das renomadas religiões, dos dias atuais.
Filmes, novelas, livros... Muitos registros existem tratando disso e não temos tempo para debater. A máquina mói, tritura. O que importa mesmo são os resultados, e logo.
Eu quero é a beleza do inacabado. Seguir Caminhando... por caminhos perigosos ou seguros mas, jamais sozinho. De mãos dadas e sentindo a emoção de que nunca chegamos a lugar algum, sem a ajuda e a participação, ou a dedicação de alguém.

