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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

FATURANDO NA CRISE


Gerenciar com dinheiro é fácil. Aprendi bem isso quando trabalhei em um grande hospital de referência no tratamento de câncer em Pernambuco. E apesar das dificuldades, os resultados eram bastante positivos. Ah! Esqueci de dizer que aprendi pela ponta inversa da situação.

O desafio a ser encarado era um pouco maior que o das minhas habilidades. O ambiente era viciado, com profissionais desestimulados pelos sucessivos atrasos de salário, uma gestão sem perspectivas de melhoria a curto prazo, e muita vaidade a ser preservada. Aí, meu amigo, em casa que o gato é ladrão, imagina o rato?! Era o velho ditado que estava estampado na testa, e no sorriso amarelo, de alguns.

Anos depois de ser convidado a deixar aquele cenário já modificado por algumas de minhas ações, me deparo com alguns questionamentos: Como desenvolver uma ação sistêmica capaz de envolver a liderança, a cultura, os processos, as pessoas da organização e que as ajude a entender o presente e pensar o futuro?

Sempre digo que não há ações sistêmicas sem equipes motivadas. Minha experiência anterior foi no CD de uma empresa multinacional brasileira de alimentos. Vivenciava a movimentação diária de milhões de Reais. Uma relação direta com gerentes, vendedores, marketing, logística, armazenagem, manutenção e outros, no Recife e, remotamente, em Belém.

Isso me credenciava a dizer às pessoas do hospital que o que eles buscavam faturar por mês, no meu emprego anterior, era o faturamento diário e que o departamento de Tecnologia da Informação trabalhava facilitando esse processo e, por essência, eu trabalharia com isso em mente.

Dizer é fácil. Pior é se meter em um parque computacional sucateado. Novas aquisições bloqueadas. Doações de ferro-velho tecnológico. E uma equipe que até sociedade em oficina de informática mantinha. Mas a cobrança pela eficiência era a mesma. E quanto a equipe, bom... Raul Santos Seixas já dizia: "Quando se quer entrar num buraco de rato, de rato você tem de transar".

Meu superior me chamava de "o Mágico" aquele que conseguia resolver o problema como num toque de mágica, mas eu me sentia "o Santo", aquele que está no mundo, sem ser do mundo.

Sozinho ninguém vence uma batalha.

Depois de chegar o primeiro milhão tudo é mais fácil. Não é?

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