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terça-feira, 14 de julho de 2009

A alma da Malandragem

Recebi um flyer de alguma igreja evangélica quando atravessava a ponte da Boa Vista, no centro do Recife e respeitosamente li e guardei. Nele dizia "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará". Alguns metros dali ouvi a intrepretação de Cássia Eller de, uma música do Cazuza e Frejat, Malandragem, e cantarolei mentalmente: "Eu só peço a Deus um pouco de malandragem, pois sou criança e não conheço a verdade..."

Impossível não associar uma informação a outra.

Se peço a Deus malandragem para conhecer a verdade, logo a malandragem nos liberta. Não somos livres apesar de toda essa nossa interação com o meio. Afinal, na mesma música diz que:

Eu ando nas ruas (liberdade de ir e vir)
Eu troco um cheque (liberdade financeira)
Mudo uma planta de lugar (liberdade em tomar decisões)
Dirijo meu carro (liberdade de mobilidade)
Tomo o meu pileque (liberdade sobre o corpo)
E ainda tenho tempo
Prá cantar... (liberdade de espírito)

Mas mesmo assim se faz necessário um pouco de malandragem, porque isso tudo não é suficiente. Logo, não somos livres.

Existe uma axioma na malandragem: Malandro é malandro, e mané é mané. Sábias palavras de seu principal filósofo - Bezerra da Silva. Malandro por natureza, nascido no Recife (saiu de Casa Amarela, o maior bairro do Recife, para conquistar o universo malandro no Rio de Janeiro). Conhecia a alma da malandragem como ninguém.

Só outro filósofo conseguiu isso. E é carioca. Chico Buarque de Hollanda, que fez a Ópera do Malandro.

Mas quem conhecia a alma da Cássia Eller era o Nando Reis.

Cássia já se foi.
Bezerra já se foi.

Ficaram o Nando e o Chico.

Bem que poderia surgir aí uma parceria.

Que acham?

2 comentários:

  1. Eu adorei a idéia! Acho q o velho malandro, de aposentada navalha e o malandro- criança com suas meias 3/4 tbm iriam gostar!

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  2. Cara seriaa uma doideraa sooooo

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Obrigado pela participação. É isso que engrandece os pequenos gestos.