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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

SUJEITO DE SORTE


Em um almoço executivo na tarde desta terça-feira, contemplava dois poetas em outra mesa tratando de poesia.

O debate ocorria em meio a goles de cerveja e whisky com guaraná. Enquanto eu almoçava com um refrigerante.

Um tentava citar suas próprias poesias, que a cerveja parecia atrapalhar. Outro criticava levemente um terceiro poeta que meramente apresentava duas palavras que não se conheciam e publicava em composições esdrúxulas.

Em meio a estes minutos de deleite, tomei coragem para provocá-los:

Algum dos amigos vai citar Zé Limeira? Ele é da Paraíba, sim? Zé Limeira o Poeta do Absurdo!!!! Sabem que o Belchior plagiou o Zé Limeira em Sujeito de Sorte, música famosa dele? Pois bem, deixa eu citar Zé Limeira, com uma permissão poética.

"Eu já cantei no Recife,
dentro de um pronto-socorro.
Ganhei duzentos mil réis,
comprei duzentos cachorro.
Morri no ano passado,
Mas esse ano eu não morro!"

E Belchior apenas disse em um refrão:

Ano passado eu morri,
Mas esse ano eu não morro!



É plágio ou não é?

Naquele momento eu tive de me conter para não sentar ali e discutir sobre muito mais poesia. Tinha de retornar ao exercício da profissão. E os deixei sem ouvir deles nenhum comentário.

Fica para uma próxima, poetas.


Centro de João Pessoa, 05/01/2016

Um comentário:

Obrigado pela participação. É isso que engrandece os pequenos gestos.