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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

VIOLÃO E CACHORRO

Meus poucos e estimados leitores,

Se você se engraçou, paquera, namora, ou vai se casar com uma mulher que tem violão e cachoro, cuidado. Observe antes as seguintes etapas:

Breve análise da música Meu violão e o nosso cachorro - Simone e Simara 
(As Coleguinhas) 

Pode ficar aqui sou eu quem vou partir (já está resolvida) 
O que a gente construiu não é preciso dividir (decidiu à base da emoção) 
Fizemos tantos planos compramos tantas coisas (planejou com antecedência) 
Mas o amor é longe disso (apesar de ter consciência que não é só planejar) 
Precisamos de um tempo em relação a nós dois (grau de indecisão acentuado) 
Depois decidimos o final espero que seja um final feliz (dubiedade no 
perfil maduro do começo da história) 
 Se o nosso amor se acabar eu de você não quero nada (dúvidas quanto ao 
primeiro ato, o de partir) 
Pode ficar com a casa inteira e o nosso carro (dúvidas quanto ao segundo 
ato, o das conquistas)
Por você eu vivo e morro (certeza e atentado contra a própria Conservação) 
Mas dessa casa eu só vou levar (após condição duvidosa do primeiro ato) 
Meu violão e o nosso cachorro (negação do que construiu junto e 
apropriação indébita) 
Se amanhã a gente se acertar tudo bem (indecisão no que está decidindo) 
Mas se a gente não voltar posso beber posso chorar (condição expeculativa condicionando motivo para beber) 
E até ficar no choro (lei de inércia) 
Mas dessa casa eu só vou levar (lavra em cartório público suas intenções) 
Meu violão e o nosso cachorro (bens de valor emocional)
 Composição: Simaria Mendes / Nirvado Paz



terça-feira, 5 de janeiro de 2016

SUJEITO DE SORTE


Em um almoço executivo na tarde desta terça-feira, contemplava dois poetas em outra mesa tratando de poesia.

O debate ocorria em meio a goles de cerveja e whisky com guaraná. Enquanto eu almoçava com um refrigerante.

Um tentava citar suas próprias poesias, que a cerveja parecia atrapalhar. Outro criticava levemente um terceiro poeta que meramente apresentava duas palavras que não se conheciam e publicava em composições esdrúxulas.

Em meio a estes minutos de deleite, tomei coragem para provocá-los:

Algum dos amigos vai citar Zé Limeira? Ele é da Paraíba, sim? Zé Limeira o Poeta do Absurdo!!!! Sabem que o Belchior plagiou o Zé Limeira em Sujeito de Sorte, música famosa dele? Pois bem, deixa eu citar Zé Limeira, com uma permissão poética.

"Eu já cantei no Recife,
dentro de um pronto-socorro.
Ganhei duzentos mil réis,
comprei duzentos cachorro.
Morri no ano passado,
Mas esse ano eu não morro!"

E Belchior apenas disse em um refrão:

Ano passado eu morri,
Mas esse ano eu não morro!



É plágio ou não é?

Naquele momento eu tive de me conter para não sentar ali e discutir sobre muito mais poesia. Tinha de retornar ao exercício da profissão. E os deixei sem ouvir deles nenhum comentário.

Fica para uma próxima, poetas.


Centro de João Pessoa, 05/01/2016