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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Perguntinha Crucial

Alguns visitantes deste Caminho sabem que estou escrevendo um livro. Num determinado momento do meu diálogo com as personagens, uma se me saiu com essa questão:

E quem disse que a finalidade da vida é a de ser feliz?

E agora, quem poderá me defender?

terça-feira, 20 de abril de 2010

CINEMA, PIPOCA E GUARANÁ...

"Um programa bem casal, tipo... ver artes, por exemplo", ela me disse.

Eu pensei em cineminha, pipoca, guaraná e M&M´s. Coisas normais. Para casais normais. Topei com um trauma, um conflito pessoal uma fobia: Araquibutirofobia*

Calma, lá! Se você não é hipocondríaco(a), certamente não vai manifestar os sintomas. Mas se você manifesta, silenciosamente, a crença infundada de se padecer de uma doença grave, talvez seja melhor parar com esse texto aqui.

Primeiro, tentar compreender qual a resistência dela ao cinema: ambiente fechado? Não. Escuro? Não. Ácaros? Não tenho alergias, me disse sorrindo. Pessoas estranhas? Sou bastante sociável. É, eu já tinha percebido isso. Cinema te faz dormir? Tenho uma TV de 52" no meu quarto, certamente assisto a muito filmes.

Quando pensei em desistir, ela sorriu e me disse que o problema era a pipoca. Como assim? Pipoca?! É que morro de medo que ela cole no céu da boca, ou na gengiva. Não suporto, transpiro, fico trêmula... Morro de medo, pronto!

Isso destruiu a minha convicção que cinema também é pipoca e guaraná. O que me fez ser mais crítico quanto ao tipo de filme que me disponho a assistir. Ela? Continua adquirindo outras fobias. Eu decidi viver...









*Araquibutirofobia: aversão mórbida irracional, desproporcional persistente e repugnante a que se incrustem na gengiva ou no palato a pele que envolve o amendoim, pipoca ou outro componente que adere ao palato como doces compactos etc.

sábado, 17 de abril de 2010

Memória da Juventude

Você já leu algo que ficou para sempre, assim como que gravado na parede da memória? Certa vez eu li isso de Edna St. Vincent Millay:

My candle burns at both ends;
It will not last the night;
But, ah, my foes, and oh, my friends –
It gives a lovely light.*

*”Minha vela queima nas duas pontas; / A noite toda não vai durar; / Mas ah, meus inimigos, e oh, meus amigos – / Que bela luz ela dá!”

Acho que foi no livro Ame e Dê Vexame! do anarquista Roberto Freire.

É, foi sim!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Terça do Vinil

Quando por diversas vezes cito o Projeto Terça do Vinil, do Dj440, tenho por objetivo contextualizar o valor dessa mídia que atravessou décadas e nos trás o melhor da qualidade sonora reproduzida em aparelhos dos mais diversos.

O argumento de quem adora o vinil por causa "daquele chiadinho" cai por terra, quando temos a oportunidade de ouvir alguns vinis ali reproduzidos. Discos como Da Lama ao Caos (relançamento da Sony Music) do Chico Sciense e Nação Zumbi em comeração aos 20 anos desta obra, ou mesmo Fome de Tudo - Nação Zumbi; podem ser ouvidos ali.

Numa noite qualquer anos atrás conseguimos esse registro fotográfico abaixo:



No primeiro plano estou verificando o acervo do Dj440, ao fundo estão Rogerman, de boné; Castanha, artista plástico e Chico Arruda, de azul.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Cerveja é o Photoshop Líquido

Numa mesa de bar, mais precisamente na Bodega de Véio, em Olinda, aguardando por uma conversa com o nosso estimado Véio, para acertos quanto a volta da Terça do Vinil, eu e o Dj440, conversando sobre uma presença feminina no local, começamos a acreditar que a cerveja vai dando esses retoques na beleza. Como o Photoshop, que havia sido tema minutos antes na conversa, com a mesma figura em questão.

Subitamente, veio o insight e, afirmei convicto: Cerveja é o Photoshop Líquido!

Pensando bem, não que isso diminua as qualidades femininas; jamais! Mas que com certeza a pele vai ficando como pele de golfinho, os olhinhos vão parecendo duas jaboticabas, as pernas vão se alongando, e ficando delineadas como as da Iracema de José de Alencar... Ahhh vai! Nunca tomou cerveja?!

7º Motivo – A Próxima

Depois de contarem teus podres para a tua esposa. Depois de vasculharem tua geladeira. Depois de detonarem tua feira para tentar fazer aquela mão-de-vaca do bar. Depois de mijarem teu banheiro todo, na menor das hipóteses. Depois de você perder o dia todo assistindo a reprise dos piores jogos da temporada. E, por fim, depois de tu bancar toda a conta da farra, ainda queres mais motivos para não beber em casa? Fala sério!

6º Motivo – A Conta

Beber em casa não tem graça mesmo porque a conta nunca é rachada. Conta da água, da luz, a reposição dos pratinhos e dos copos quebrados. A feira que voou em minutos. E quando acaba a bebida então, nem me fale! Tem sempre um espertinho que mete um cheque cruzado na carteira para dizer que não está no liseu, mesmo sabendo que não vão aceitar aquele cheque de terceiros onde quer que seja. O mesmo cara que se mete a fazer a vaquinha.
Para que servem os amigos, então? Em grupo é melhor para beber, e em casa de besta é melhor para não pagar a conta. Se o mundo é dos mais espertos, vamos logo acabar com um desses.
A conta do bar muitas vezes entra no “pindura“. Não há descrição nas técnicas de contabilidade para esta prática. Mas, para a conta de casa não existe esse recurso. O que há mesmo é a esperança de que alguém abra as portas e faça uma farrinha destas em sua casa para, aí sim, ter o troco.
Mas, enquanto isso não acontece, há os que arrecadam a grana para comprar mais bebida e recorrem ao bar de Seu Agnaldo. Lá compram no “pindura” e embolsam a grana arrecadada. Como demora a aparecer um anfitrião para uma boa farra, todos recorrem ao bar de Seu Agnaldo, todo domingo. Este por sua vez possui uma técnica própria de fazer incorporar um “pindura” em outro. Livrando assim a cara do anfitrião sofredor.

5º Motivo – A TV

O único objeto pelo qual você poderia expressar o seu poder tirânico interativo semanal seria o controle-remoto. Mas, se a farra é no domingo, este é o único objeto que sempre se encontra nas mãos do cara mais chato da turma, que insiste em assistir reprise de futebol. Muitas vezes ele pode ser seu chefe, e por isso talvez até ele controle o som também.
Sabe-se que sua esposa já não gosta de futebol. Tudo a estas alturas já é motivo pra uma conversinha mais agressiva pelos cantos da casa. Afinal, a vassoura atrás da porta não está fazendo efeito algum.
A TV, instrumento de hipnotização social, arma do capitalismo para exercer o império sobre nossos sentidos, amortizando nossas revoltas e controlando nossas opiniões... é agora controlada por um fanático torcedor de time derrotado.
Quando alguém consegue convencê-lo a trocar a TV pelo som, só se ouve a música que ele quer, afinal o controle é dele. Quer dizer, o controle-remoto é seu. Ou melhor, é da TV. Ih! Logo o controle é dos nefastos capitalistas. Mas, com esses não é bom beber em lugar algum.
A TV do bar de Seu Agnaldo até que é menor, não tem controle-remoto e possui só uma cor, a saber, a verde. Mas ninguém reclama. Ninguém muda de canal. E todos a olham encantados pela mesma magia.

4º Motivo – O Banheiro

Banheiro de casa depois de tomar umas com os amigos é quase motivo para separação. Não adianta se tem mais de um banheiro na casa. Mas, quando se mora em apartamento com apenas um, é o fim da picada.
Talvez seja este o local que mais se assemelhe ao bar. A não ser pela cordinha. Cordinha de caixa de descarga de bar é a coisa mais podre que existe. Chega a ser encardida. É ali o poço das bactérias mais infecciosas. Mas nem por isso se deve deixar de dar descarga. Dá para se usar um guardanapo previamente levado para esse fim. Nunca se sabe se o papel higiênico vai estar no local, não é?
No banheiro do bar também se faz necessário usar “a isca” nos casos emergenciais, como a dor-de-barriga. A técnica da isca consiste no simples ato de pegar o papel higiênico ou guardanapo e depositá-lo ao fundo do vaso, para no momento em que, sentado, liberar o peso interior, o líquido que lá se encontra não venha respingar de encontro ao ponto de origem do que foi liberado.
Justamente quando você mais precisa a empregada tá de folga; e os caras respingando mijo no banheiro. Chega uma hora em que vira zona. Ninguém agüenta mais. Tem gente que volta até perfumado do banheiro. Rosto lavado, cabelos molhados...
Aprendi outro dia que é no banheiro que você descobre que está bêbado. Ou ao menos admite por força das circunstâncias. E é verdade mesmo. Basta se dar conta de como você reage dentro do banheiro depois que já encheu a lata: movimentos longos, num ambiente apertado, com tudo rodando para todos os lados ao mesmo tempo. Só não permita que seus amigos descubram que estão bêbados em seu banheiro, pode ser tarde demais.
O banheiro do bar de Seu Agnaldo, tenha certeza, é melhor.

3º Motivo – O Tira-Gosto

Tira-Gosto de casa não é a mesma coisa. Não tem graça. Não tem o toque da Gracinha, filha de Seu Agnaldo. Talvez o melhor ingrediente daqueles tira-gostos seja aquele visual que dá a Gracinha.
Assim como o amendoim cozido em casa, não tem o mesmo sabor daqueles que ficam o dia inteiro na rua, dentro do saquinho plástico. Até porque um pouco do gosto se dá pela barganha feita para adquirí-los. Afinal, todo mundo sabe que aquele amendoim é suspeito e já levou muita gente a ser internada. Mas, o danado é bom!
Quem se acostumou a comer camarão na beira da praia nunca vai valorizar outro camarão mais incrementado. E olhe que a porção de 5 reais é paga sem cerimônias. E só é acompanhada de algumas gotas de azeite e ¼ de limão.
A comida está relacionada ao ambiente. Não tenho dúvidas. E não que o ambiente da sua casa seja ruim. Não é isso. É apenas limpo demais. Panelas limpas, copos limpos, pratos limpos, facas brilhantes e garfos de dentes retos. Tudo lavado com os melhores detergentes e lavadoras.
Não que Gracinha seja suja. Muito pelo contrário. Nunca se viu cozinheira de primeira sem cheirar a gordura, como esta. De mãos tão delicadas. Definitivamente é o ambiente.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

2º Motivo – A Geladeira

Beber em casa, também, não tem graça por causa da geladeira (concreto). Não gela como a do bar de Seu Agnaldo. Aquela sim! Freezer. É assim que a chamam. E as modernas possuem um dispositivo eletrônico que mede as baixas temperaturas em seu interior; de uma forma quase hipnótica: – quanto mais baixa a temperatura, mais sede você tem.
A geladeira (abstrato) é algo pessoal. É, e deverá ser, cultuada. Não porque reúne em si os símbolos da sociedade de consumo. Mas, porque é antes de tudo a primeira conquista do nosso trabalho. É uma massagem para o ego, – e para o estômago –, sair com o carrinho cheio de um supermercado.
Geladeira de casa só gela bem, água. E quando você insiste e convida uns amigos escolhidos a dedo, – e não sei que diabos tem que justamente são esses os que se metem a cozinhar – lá pelas tantas os encontramos investigando o conteúdo dela – a geladeira (concreto e abstrato).
E num domingo qualquer, vem um desses e invade suas fronteiras, arrancando-lhe os frutos, principalmente os do mar. Ninguém merece!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

SETE MOTIVOS PARA NÃO BEBER EM CASA

Inicia-se hoje uma nova fase no Blog. Textos para cada dia da semana. Porém fora fracionada esta crônica escrita em março de 2004, com o objetivo de estimular a leitura.

O autor deste blog não se responsabiliza por opiniões emitidas nos comentários a partir da interpretação dada ao conteúdo exposto. Essas opiniões não refletem as do autor do blog.


SETE MOTIVOS PARA NÃO BEBER EM CASA

1º Motivo – A Esposa

Beber em casa não tem graça por causa da esposa. Imagine chamar um grupo de amigos do trabalho para tomar “umas” em sua casa. Você vai poder falar de todo mundo, menos daquela secretária gostosona que todos secam. Justamente aquela que fica te dando bola, mesmo sabendo que você é casado.
Com os amigos da faculdade, nem pensar. Todos iriam relembrar o episódio em que você perdeu a aposta em que teve de transar com a mulher mais bagaço da turma. Tua mulher vai se sentir ofendida por comparação. Vão relembrar as cachaças tomadas nos piores ambientes possíveis. Ah! E aquele vídeo em que você dançou na boquinha da garrafa com a sunga enfiada e o dedinho na boca?! Melhor esquecer, né?!
Com os amigos do bairro em que você cresceu é pior! Tua esposa vai fazer os melhores petiscos para que todos fiquem babando; e só assim Ela, imponente, gloriosa, poderosa vai poder chantageá-los para saber de seu passado negro. Seus amigos, lógico, vão virar a casaca. O motivo ali não é mais você e sim o próximo quitute. Passarão até a inventar situações, ou terão de citar umas passadas com outros caras, só para te sacanear.
Nestas ocasiões tua esposa se comporta um pouco como tua Mãe. Agrada a todos, sorri com tudo e cozinha mais um pouco. Só que esse tipo de mãe se tu der bobeira vem um lá, querendo comê-la.
Ah! E nem pense na hipótese de convidar os amigos da sua esposa. Beber com esses é, definitivamente, um saco.

sábado, 3 de abril de 2010

Despedida


Encontros e Despedidas
Maria Rita
Composição: M. Nascimento E F. Brant

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica

Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando

Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir

São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida

No Aeroporto Internacional do Recife.

Paixão


Semana Santa

Eu estava vasculhando algo a postar no Blog e o que achei sobre a Semana Santa foi a fotografia tirada na Catedral Metropolitana de Fortaleza. De estilo neogótico, sua construção teve início em 1939 e foi inaugurada apenas em 1978. A fotografia é de um dos painéis da Paixão de Cristo.

Quando se fala em Paixão de Cristo, não posso deixar de mencionar a de Nova Jerusalém localizado no distrito de Fazenda Nova, município de Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco; que em 2010 registrou um público em torno de 90 mil pessoas.

Fica a dica: visitar o maior teatro ao ar livre do mundo, fora de época.

Um guia local caracterizado de soladado romano irá te acompanhar em cada um dos palcos expicando cada cena, e ainda te mostrar o hotel que existe lá.

É muito interessante!